Páginas

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Aumento de crédito é a solução sórdida para a queda de poder compra.

Caros leitores,

Quem não gosta da facilidade do crédito?

Quem não gosta da ideia da queda de juros?

Quem não gostaria dessas duas vantagens?

Duas vantagens?

Só na visão do brasileiro a facilidade do crédito e a queda de juros seriam por si só boas notícias.

Então o blogueiro iria preferir a dificuldade de crédito e aumento de juros?

Não é esse o ponto.

O fato é que nossos salários já são corroídos com os altos impostos. Aliás, por causa dos altos impostos de importação que os produtos no Brasil são caros, permitindo que um assunto nada explorado seja ignorado.

Você já ouviu falar em Custo Brasil? É possível que sim. E de Lucro Brasil? Isso se fala pouco. O fato é que as empresas do Brasil cobram caro porque sabem que importar é tão caro quanto, mas, não temos o suporte no caso de falhas. No fim, já que o produto importado (por conta dos impostos) sai o mesmo preço do comprado no Brasil, melhor comprar no Brasil.

E o que o crédito fácil e barato tem a ver com isso tudo? Vamos fechando alguns conceitos antes.

Pode não parecer, mas, os pobres estão estavelmente pobres. O ricos, como sabemos, mais ricos. A classe média está achatada.

Uma vez que os pobres estão com o mesmo poder pífio de compra e os ricos mais ricos, o governo precisa de um plano para manter a classe média comprando, mesmo que enquanto achatada. Daí, surge a solução da facilidade do crédito que é o que mesmo que ter mais dinheiro tendo menos dinheiro na mão, ou seja, com o crédito fácil você compra mesmo não tendo a renda suficiente. Claro que imóveis e veículos sempre necessitarão de uma ajuda de crédito, mas, nos países realmente desenvolvidos, as pessoas não compram roupas e eletrodomésticos a prazo.

Mesmo com o crédito fácil, a classe média está se enrolando, por isso, uma nova medida é necessária, a redução dos juros.

Imagine uma corrida onde o primeiro lugar está correndo 200 Km/h, o segundo 150 Km/h e o terceiro 100 Km/h. Depois de 10 minutos de corrida o primeiro está 210Km/h, o segundo 130 Km/h e o terceiro 100 Km/h. O terceiro lugar vai ficar contente de estar alcançando o segundo lugar, mesmo estando num carro muito fraco para aquela corrida. Isto está ocorrendo com os pobres que estão alcançando a classe média, não por seus méritos, mas pela perda de "potência" da classe média. Na verdade não é perda de potência, mas, aumento de carga (tributária) e custos, para tentar se manter no mesmo padrão de vida.

Em geral, a classe média tem mais estudo que os pobres. Se este achatamento continuar, não valerá mais a pena estudar. Meu prognóstico é que em breve (nos próximos dez anos) não teremos mais classe média, mas, só pobres e ricos.

Teremos menos pessoas interessadas em estudar, ou seja, esse esquema perverso tem tudo para chegar ao objetivo, afinal, a maioria dos eleitores se equivalem ao competidor em terceiro lugar que está encostando segundo lugar sem qualquer tipo de investimento.

A classe média com um bom padrão de vida vai deixar de existir. Basta esperar para crer (tarde demais).

Bem-vindo a nova classe média! Todos na merda!

Tá bom, nem todos, os ricos nunca, aliás sempre foi assim.

P.S. Eu sei que o exemplo da corrida tem uma falha grave, afinal, enquanto estivem em acelerações diferentes haverá aumento de distância entre os competidores, mas, o que eu queria ilustrar serve bem para quem não se atentou para a falha do exemplo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário